Descriminalização da maconha. Você é a favor?

                   

Fernando Henrique Cardoso não está mais sozinho. Na quinta-feira, outra figura ilustre, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, também defendeu o debate sobre a descriminalização da maconha.

Tanto o ex-presidente quanto o ministro entendem que a criminalização do pequeno usuário apenas penaliza a parte mais frágil do processo. E o combate ao tráfico precisa ser sustentado em outros pilares. Vejam o que pensa Barroso em dois tópicos:

1 - "A minha constatação pior é que jovens, negros e pobres, entram nos presídios por possuírem quantidades não tão significativas de maconhas e saem de presídios escolados do crime. Por esta razão, que em relação à maconha e nesse tópico, penso que o debate público sobre descriminalização é menos discutir opção filosófica e mais se fazer uma escolha pragmática".

2 - "O foco do meu argumento não é a questão do usuário, não que considere desimportante. A preocupação é dupla. Primeira é reduzir o poder que a criminalização dá ao tráfico e esses barões nas comunidades mais pobres e, especialmente, na minha cidade de origem, o Rio. A criminalização fomenta o submundo do poder político e econômico a barões do tráfico que oprimem comunidades porque oferecem remunerações maiores que o Estado e o setor privado. Meu segundo questionamento diz respeito à conveniência de uma política pública que manda para a penitenciária jovens de bons antecedentes que saem de lá graduados na criminalidade."

Não sei dizer ao certo, porque faltam pesquisas recentes, mas acredito que a maioria da população brasileira não endossa o pensamento de FHC e Barroso. Por outro lado, como escrevi aqui em outro post, observo de uma maneira empírica que o consumidor de maconha é cada vez menos discriminado, caminho inverso ao percorrido pelo tabagista.

Por ser quem é, a fala de Barroso suscitou de imediato um debate acalorado e, em alguns momentos, agressivo nas redes sociais. Pela sua atuação no julgamento do mensalão, muitos veem no ministro um aliado dos petistas; aí, muito do que li trazia esse ranço político-partidário que só empobrece uma discussão fria dos benefícios e malefícios de o Brasil adotar uma medida tão profunda.

Ainda não tenho uma posição formada, mas de uma coisa tenho certeza: o que fizemos até agora não deu certo